segunda-feira, 27 de junho de 2011
SEM PALAVRAS
Estou ausente de mim, refém em cárcere privado, cujo cativeiro desconheço. Observo. Sinto-me completamente pedaço por pedaço, fibra por fibra e a emoção é correnteza que me carrega e me refaz. Quero falar mas algo me impede: roubaram-me de mim e levaram também as únicas palavras que restavam. Ainda assim, o acaso seduz e me instiga a ir adiante. Sigo com passos indecisos, calçados de uma certeza incerta,
dizendo para eu seguir. E, agora, por onde ir?
Os meus olhos nus, úmidos de alegria, falam de felicidade. Uma felicidade clandestina, quase absoluta, abraça-os afetuosamente. Seguros de si, escondem coisas que eu gostaria de ver, de saber, de sentir. Indifernentes, fazem desdém, riem rios de risos de mim.
Minhas mãos inquietas observam em silêncio. Tímidas, tentam falar mas não conseguem dizer. Arriscam-se, audaciosas, inde de um lado para o outro, ora escutando, ora tateando no escuro tentando driblar o silêncio e vencê-lo. Nada. Nunca antes nada foi tanta coisa. Chega a dar arrepios.
Uma luz se interpõe prepotente: cintila, ofusca, brilha como o sol em dias quentes de verão. Incendeia. Fujo. Se fujo, fico, se fico não digo mas sinto vontade de dizer. Dizer o quê?, pergunto-me espantada. Estou confusa, sem direção, nem a pá lavra. Uns sem motivos vêm me acudir, cochichando, indiscretos, no meu ouvido. Se ouvi, não escutei. Só e somente continuo.
A fantasia chega sorrateira, espreitando. Luvas de pelica nos pés, passeia, como quem nada quer. Veste as palavras para uma sessãofo de fotos. Poses, caras e bocas, flashs.
Ideias se entregam de corpo e alma, se despem despudoradamente para um caso de amor; insinuam-se cheias de desejo. Um desejo efêmero, impiedoso, doce como muçambê desperta a poesia com uma serenata à luz do luar. Sem explicação, algo de mistério serpenteia nas entrelinhas. acordando estrelas num céu que se espraia.
Ao longe, uma melodia evapora envolvente, feito fragrância em dia quente: "não há o que temer, não há o que vencer, eu nunca te imaginei mas aonde quer que eu vá sinto a tua presença". Que bobagem, apenas notas "florais", de alguém que busca por si mesma.
Inesperadamente(não me perguntem como) descubro palavras brincando como se fosse carnaval. Viro as costas, disfarço, faço de conta que não as vejo. Tolice. Elas correm atrás de mim,com insistência, fazem coro e gritam:"mande um e-mail pra mim, ainda hoje, e eu responderei".
Ignorei a mensagem num primeiro momento. Depois, pensei, pensei, pensei... Convidei-as para um drinque, aceitaram sem cerimônia. E então, entre uma e outra taça de vinho, risos regados a conversas jogadas fora sem nenhuma preocupação. Finalmente, fizemos as pazes. Tim-Tim!!!!
Você, meu caro leitor, é um convidado especial pra entrar nessa festa. Por enquanto, deixamos-lhe um forte braço.
Até.
domingo, 19 de junho de 2011
sábado, 18 de junho de 2011
SEGREDO
TENHO VONTADE DE CHEGAR PERTO DE TI
TE OLHAR NOS OLHOS, DE AMOR PODER FALAR
TENHO VONTADE DE TE DAR O MEU AFETO
E, NO MEU CORPO, O TEU CORPO ACONCHEGAR
À LUZ DA LUA, COM A ARTIMANHA DE UM APELO
A TUA BOCA, COM PAIXÃO, PODER BEIJAR
TENHO VONTADE...
AH!, SÃO COISAS DO DESEJO...
ESSA VONTADE EU NÃO DEVO CONFESSAR.
SOLIDÃO ACOMPANHADA
O olhar perdido no horizonte... pensamentos flutuantes...sonhos a brilhar. O véu esvoaçante do luar escorrega macio, cachoeira de luz desabrocha, derrama-se a encantar. A solidão, querendo me confundir, resmunga: "tudo ilusão!." Meu olhar diz que não. E, eu, longe de mim, deslumbrada, encantando-me, converso com as estrelas, conto -lhes segredos. Cúmplices, elas me dizem: "é preciso ser feliz!."
Sobressalta-me novamente uma pergunta inquieta de resposta: não será mesmo apenas ilusão? Será?
Não, não é..
Ilusão é não se dar aos significados das história experimentadas. É mergulhar na imensidão de si mesmo e ofuscar o olhar de penumbra, por medo de buscar a luz. É não ter coragem de se entregar à beleza de se perder, e perdendo-se se encontrar. É insistir em trancar a alma e deixá-la prisioneira nos cárceres da insensibilidade, dos medos e das apreensões desnecessários. Ilusão é pensar que existe amanhã para nos permitir degustar o que o desejo nos aponta. É ser indiferente ao belo e a tudo que faz diferença construtiva na vida que escolhemos viver.
Meu olhar, nesse momento de lucidez, procura. Encontra na procura uma falta. Olhar acompanhado de ausência preenchida de significados singulares, que me faz sorrir sem motivos. Presença afetuosa do ausente companheiro. Dói a falta, reclamam meus sentidos. Entretanto é dor com carícia aveludada e cheiro de cumplicidade. Some-se a isso o acariciar do vento que beija os meus cabelos e o brilho atraente da lua. Um espetáculo inesquecível se impõe ao meu coração expectador de alegrias. E a vida corre mansa, doce, com desafios ousados, voos cada vez mais altos e portos onde aterrizar. Agasalhada estou nos braços da ausência que não sai da minha imaginação e que carrego comigo, para onde quer que eu vá, do lado esquerdo do meu peito.
terça-feira, 14 de junho de 2011
RENOVAÇÃO
Joguei no lixo pedaços de um falso amor embrulhados em papel da mentira. Estava desbotado, com cheiro de mofo e em desuso, enchendo armários e atravancando gavetas. Joguei tudo, com ímpeto, com raiva, por ter me prendido por tanto tempo a algo imprestável; nem sei como isso aconteceu, só sei de verdade que, assim, prolonguei um sofrimento desnecessário que pouca coisa acrescentou. Perdi tempo e alegria.
Aproveitei o momento e fiz uma faxina geral. Escancarei portas e janelas da alma, deixei que o vento da renovação entrasse e me ajudasse a desfazer toda a sujeira acumulada. De início, varri ,com disposição, as desilusões. Corajosamente, espanei os medos, não deixei ficar sequer o menor vestígio. Com um pano úmido de lágrimas choradas esfreguei com força todo o desprezo, até vê-lo sumir por completo. As angústias dos momentos de abandono e de incerteza decidi queimar: as cinzas joguei ao vento, encarregando-o de sepultá-las num lugar desconhecido e distante. As tristezas e os ressentimentos acomodei em sacolas biodegradáveis, dei um nó bem apertado, depois coloquei do lado de fora à espera do carro de coleta. Lavei a desilusão e deixe a sujeira descer pelo ralo. Ai, que alívio! Espanei as teias da raiva até desfazê-las. Apesar da dificuldade em removê-las, por estarem em lugares de difícil acesso, consegui pôr fim até àquelas mais escondidas. Olhei para a solidão e senti ímpetos de dissolvê-la em ácido. Cúmplice, me sorriu. Achei conveniente desistir pois ela havia sido companheira inseparável durante tantos anos e sempre esteve encarregada de me entreter. Muitas vezes, foi engraçada e me fez rir. Tagarela, conversava sem parar me levando a reflexões e análises proveitosas. Inclusive, me inspirou, me ajudou a sonhar, a ser criativa, a me sentir rainha de mim. Por isso, preferi conviver com ela para poder desfrutar de minha própria companhia e aguardar, preenchida de mim mesma, por outro afeto que possa compor comigo canções em louvor à vida. Tudo com amor de verdade.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
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FUGAZ
UM BEIJA-FLOR VOOU TODO FAGUEIRO
VEIO FACEIRO PASSEAR EM UM JARDIM
BEBEU, ENFIM, ENCANTO, NÉCTAR, CHEIRO
DEMORANDO PASSAGEIRO
ENTRE ROSAS E JAMIM
ENCANTOU-ME POR INTEIRO
COM SEU JEITO
É COSTUMEIRO, QUASE SEMPRE É ASSIM
PRA DEPOIS, NUM VOO LIGEIRO, SORRATEIRO
FUGIR PRA LONGE DE MIM
ONDE SERÁ QUE ELE SE ESCONDE?(ME PERGUNTO)
O QUE PRETENDE SUMINDO SEMPRE ASSIM?
EU SOU FLOR BELA, AROMA EXÓTICO, PURO CHEIRO
POR QUAL MOTIVO NÃO VEM DAR BEIJO EM MIM?
ATITUDE
Se você quiser, posso ir embora
Bato a porta, dou meia volta
Sem olhar pra trás
Eu te prometo não insistir
Se preferir, não volto nunca mais
Se você quiser, finjo, disfarço
Que não te vejo
Faço de conta que não te conheço
Se perguntarem, digo: não sei quem é
Não sou mulher de ficar indo atrás
Eu te prometo não insistir
Se preferir, não volto nunca mais
Se você quiser, prefiro a verdade
Não me engane com simulação
Tire a máscara, seja autêntico
Deixe de lado essa enganação
Isto ou aquilo? É bom decidir
Não fique pensando em fugas contumaz
Eu te prometo não insistir
Se preferir não volto nunca mais
Se você quiser, posso ir embora
Bato a porta, dou meia volta
Sem olhar pra trás
Eu te prometo não insistir
Se preferir, não volto nunca mais
Se você quiser, finjo, disfarço
Que não te vejo
Faço de conta que não te conheço
Se perguntarem, digo: não sei quem é
Não sou mulher de ficar indo atrás
Eu te prometo não insistir
Se preferir, não volto nunca mais
Se você quiser, prefiro a verdade
Não me engane com simulação
Tire a máscara, seja autêntico
Deixe de lado essa enganação
Isto ou aquilo? É bom decidir
Não fique pensando em fugas contumaz
Eu te prometo não insistir
Se preferir não volto nunca mais
INCÓGNITO
Como por encanto
Ele chegou para mim
Com gosto beijou-me a boca
Envolveu-me num abraço
Afagou a minha pele
Perfumou os meus cabelos
Quis saber de minha vida
Indagou sobre meus sonhos
Reviveu paixões antigas
Contente, sorriu pra mim
Encantou-me com seu jeito
Jeito de quem nada quer
Mas sabe, como ninguém
Agradar a uma mulher.
M OTIVO
PENSANDO EM TI
QUIS FAZER VERSOS
NA INTENÇÃO DE TE AGRADAR
INÚTEIS AS TENTATIVAS FORAM
VERSOS FRIOS, FUGIDIOS
NAUFRAGARAM EM ALTO MAR
MAR E CÉU...
CÉU E MAR....
INFINITO DE SAUDADE
E SOLIDÃO.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
FLASH
Era um dia em que as nuvens passeavam pelo céu como um bando de aves de arribaçã, ávidas por novidades, com pressa de chegar. Por onde passavam não deixavam rastros, apenas descortinavam um pano de fundo azul-acetinado, lavado pela chuva do dia anterior.
A manhã desabrochava como flor: o vai-e-vem frenético dos automóveis, buzinas descontentes, a pressa das pessoas ao encontro dos seus destinos, ruas e avenidas recém-acordadas fervilhavando, num falatório só, tamborilavam em dó maior. Rostos amarrotados pelo acariciar do sono (ou da insônia, quem sabe?), denunciavam preguiça, cansaço, momentos de poesia ou necessidade de deixar a noite com um tamanho maior. O sol sorria e exibido mostrava seu crachá; normalmente trabalhava depois da madrugada. De plantão, prometia cumprir a tarefa milenar de "quase" todos os dias, com mais disposição, afinal havia tirado folga no dia anterior.
Fechei meus olhos e emendei uma oração em agradecimento a Deus. Eu acordara feliz pois o sono revitalizante com o qual fui presenteada me acenava o cumprimento de promessas sempre esperadas. Era mais uma oportunidade de cumprir minha missão, rever posturas e conceitos, reparar falhas, realizar sonhos. Enfim, refazer-me e cumprir direitinho os deveres que eu trouxe para realizar no mundo.
Com o propósito de desviar meus olhos de coisas que eu gostaria de esquecer, percorri todas as ruas e avenidas do meu ser removendo escombros, restaurando construções, destruindo o lixo, quebrando pedras e plantando flores. Tudo orientado pelo desejo de ser feliz e de fazer um mundo melhor.
Era um dia em que as nuvens passeavam pelo céu como um bando de aves de arribaçã, ávidas por novidades, com pressa de chegar. Por onde passavam não deixavam rastros, apenas descortinavam um pano de fundo azul-acetinado, lavado pela chuva do dia anterior.
A manhã desabrochava como flor: o vai-e-vem frenético dos automóveis, buzinas descontentes, a pressa das pessoas ao encontro dos seus destinos, ruas e avenidas recém-acordadas fervilhavando, num falatório só, tamborilavam em dó maior. Rostos amarrotados pelo acariciar do sono (ou da insônia, quem sabe?), denunciavam preguiça, cansaço, momentos de poesia ou necessidade de deixar a noite com um tamanho maior. O sol sorria e exibido mostrava seu crachá; normalmente trabalhava depois da madrugada. De plantão, prometia cumprir a tarefa milenar de "quase" todos os dias, com mais disposição, afinal havia tirado folga no dia anterior.
Fechei meus olhos e emendei uma oração em agradecimento a Deus. Eu acordara feliz pois o sono revitalizante com o qual fui presenteada me acenava o cumprimento de promessas sempre esperadas. Era mais uma oportunidade de cumprir minha missão, rever posturas e conceitos, reparar falhas, realizar sonhos. Enfim, refazer-me e cumprir direitinho os deveres que eu trouxe para realizar no mundo.
Com o propósito de desviar meus olhos de coisas que eu gostaria de esquecer, percorri todas as ruas e avenidas do meu ser removendo escombros, restaurando construções, destruindo o lixo, quebrando pedras e plantando flores. Tudo orientado pelo desejo de ser feliz e de fazer um mundo melhor.
sábado, 4 de junho de 2011
UM SONHO DE QUARTO
Tudo inspirava silêncio naquele lugar. Apenas o redemoinho das lembranças fazia barulho, provocando um desassossego que deixava em desalinho minhas emoções.
Era final de uma tarde de outono e fazia frio. Largada no sofá da sala, totalmente entregue aos devaneios, senti minha alma falar de saudades. La fora, a noite se insinuava, escurecia devagarinho; o cansaço do dia tomava conta de mim e pedia para quieta eu ficar. Ao voltar o olhar para o relógio na parede, me surpreendi: como o tempo havia passado!. Agasalhada pelo aconchego dos pensamentos nem havia me dado conta.
Impiedosamente, o celular tocou com insistência. Preferi ignorá-lo e me entregar por inteiro àquela malemolência gostosa. Meus olhos, preguiçosos, estavam completamente embriagados pela voz de Tim Maia, que vinha não sei de onde:"eu preciso te falar... te encontrar de qualquer jeito... pra sentar e conversar... depois andar de encontro ao vento..."
Ajeitei-me no sofá e me deixei acariciar pela brisa suave vinda pela janela aberta. Senti-me leve como uma folha seca. Tão leve que o vento foi-me levando... levando... leeee-vaaan-doooooo... Num piscar de olhos, lá estava eu, diante daquele quarto inspirador, tão íntimo, tão meu.
Ali o tempo havia parado: logo na entrada, o mesmo tapete artesanal, enfeitado com orquídeas lilás e rosa, convidou-me a abandonar as sandálias gastas pelas caminhadas da vida. Entrei com passos silenciosos, sem pressa, sentindo a carícia do piso de tijolos brancos sob os meus pés. Reparei no mobiliário, nada havia mudado: ostentava uma beleza rústica e imponente de simplicidade e de bom gosto. Num canto, a penteadeira antiga, presente de minha avó, me aguardava calada, na mesma posição, intacta e bem cuidada; aproveitei para me perfumar e retocar o batom. Passeei meus olhos pelas paredes nuas: a fragrância perfumada que se espalhou no ar escreveu nelas pedaços de histórias, que eu jamais desconfiei que pudessem ser revividos. Um vaso com flores colhidas no quintal enfeitava um criado-mudo juntamente com um porta-retrato que falava de romance. Ao me voltar, deparei-me com um espelho a me sorri. Nas entrelinhas das marcas desenhadas pelo tempo em meu rosto , percebi, havia histórias impressas, sonhos desfeitos e satisfação também.
Voltei-me lentamente, plena de emoção, e me dirigi até a cama. A maciez dos lençóis de algodão despertava imagens afetuosas. Um cheiro diferente tomou conta do ambiente. Aspirei-o com prazer, apertando mais os olhos para senti-lo com gosto: foi quando braços ternos me envolveram, me apertaram, cheios de saudade. No meu ouvido uma voz conhecida sussurava: "sempre estive à sua espera, eu sabia que você voltaria!". Estupefata, nem tive tempo de responder pois um beijo de final de novela calou minha voz e deixou meu coração aos pulos. Enquanto isso, novamente o toque do celular, desta vez mais insistente e inoportuno, me fez ancorar na realidade cotidiana. Que pena!, naquele momento somente a solidão me fazia companhia.
Espreguicei-me, sem graça. Chateada, bocejei. Depois, compreendi que os sonhos são essenciais para proporcionar poesia à vida principalmente quando falam de coisas que fazem sentido para ocoração.
TRAVESSIA
O sofrimento da dor que foi um dia manda lembranças quando menos espero; parece não querer me abandonar de jeito nenhum. Enfrento-o, encarando-o corajosamente, olho no olho, sem medos nem reservas. Mas, insistente como é, volta sem receios, considerando-se um hóspede familiar. Não vejo nele olhos de ressaca; em mim, sim. Os meus estão exaustos, enregelados, por navegarem em versos românticos, cheios de saudades, num mar sem ondas.
Até quando?
Uma orquestra de sentimentos, executando sinfonias melancólicas, tenta me confundir. Ensaia peças recorrentes, desgastadas, consumindo silêncio por silêncio, alegria por alegria. A cada dia um pouco de mim se dilui na cachoeira escorregadia em meu rosto. As gotas de vida não choradas esperam o próximo deságue. Até quando?
A solidão, coautora nesse palco iluminado, escreve comigo peças teatrais poéticas, desarmônicas, para falar de amor. De amor? Como é possível conjugar desarmonia com um sentimento - como dizem - tão encantador? Ah, o amor!... fascínio, mistério, magia... encontro, perspectiva, vida...vírgulas e pontos finais. E o amor continua sendo "um contentamento descontente" e "dor que desatina sem doer."Até quando?
Olho-me curiosamente, com olhos de assombro; analiso cada pedaço de emoção nua que cantarola em versos poético de canções que nunca compus. Inteiro-me. Integro-me. Totalmente sou e estou. Refeita, até.
Enxergo além do horizonte, viajando o olhar sobre um céu translúcido, azulado de estrelas. Sorriso "monalísico", maroto, à mercê da inocência de uma tal felicidade. Do coração, sensações melífluas escorregam adocicadas acariciando o dorso da minha alma. Sinto-me arvorear num balé divino, inquieta e inconformada, apaixonada também, sabendo de emoções inusitadas, jamais experimentadas. É chegado o momento. Canto na madrugada em busca de novas trilhas, sob um sol inclemente de possibilidades a me iluminar. Eis que, dos escombros do meu coraçao, surge uma flor. Agora... até sempre!!
FANATISMO - Florbela Espanca
Minha alma de sonhar-te anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida
Não vejo nada assim enlouquecida
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida
Tudo no mundo é frágil, tudo passa
Quando me dizem isso toda a graça
De uma boca divina fala em mim
De olhos postos em ti, vivo de rastros
Podem voar mundos,
Mover astros
Que tu és como um deus
Princípio e fim
sexta-feira, 3 de junho de 2011
A FORÇA DO ABRAÇO
A força que vem do abraço
Confiança assegura
Encoraja e fortalece
Afugenta a amargura
Instiga a serenidade
Alimenta o sossego
É calor que agasalha
Conforto que tira o medo
Não tem contra-indicação
Seu efeito? É segredo
A força que vem do abraço
Gera fortes emoções
O aconchego é provocante
Dispensa explicações
Como pode num só corpo
Pulsarem dois corações?
Confiança assegura
Encoraja e fortalece
Afugenta a amargura
Instiga a serenidade
Alimenta o sossego
É calor que agasalha
Conforto que tira o medo
Não tem contra-indicação
Seu efeito? É segredo
A força que vem do abraço
Gera fortes emoções
O aconchego é provocante
Dispensa explicações
Como pode num só corpo
Pulsarem dois corações?
A FALTA QUE VOCÊ ME FAZ
Perdi meu tempo a te procurar. Fiz todos os planos, pensei nos mínimos detalhes, me imaginei te encontrando, conversando contigo através do meu olhar.
A vontade de te ver me deu coragem, acendeu o meu desejo de sair da indiferença costumeira e seguir em tua busca. Ousar, enfim. Na minha imaginação a tua presença me perseguia silenciosa e insistente. Eu sabia que, ao te encontrar, os teus olhos cor de mel iriam me falar desavergonhadamente, dizendo mais coisas do que eu seria capaz de compreender. Certamente, também me diriam: "que bom ter você aqui!".
Pensando num encontro, preparei-me, cuidando dos mínimos detalhes: cobri-me de flores, perfumei os meus cabelos, na frente do espelho me vesti. Fiz poses para foto, um ensaio fotográfico sensual. De repente, uma alegria exagerada me inflamou. Senti percorrer pelo meu corpo uma energia inusitada, sutil e assombrosa a ponto de me causar escalafrios.
A ansiedade não tinha limites. Estava estampada no meu rosto, no brilho do meu olhar, a ponto de ser percebida por aqueles que estavam ao meu redor. O que me movia poderosamente era a vontade de estar contigo envolvida num silêncio esclarecedor, e te sentir ainda que fosse de mentira..
No meio de tanta gente, eu andava de um lado para o outro, impaciente, a te procurar. Queria te ver de qualquer jeito. Onde estavas? Como te encontrar? Com os pensamentos flutuando ao vento, eu implorava por tua presença, te chamando em pensamentos. Minha voz, muda de afeto, implorava: "vem, aqui estou, quero te ver!". Alguma coisa, talvez um rasgo remanescente de esperança, me instigava a não desistir. Você viria, com certeza. Mas, quando?
O tempo se arrastou vagarosamente sem acenar com alguma possibilidade de tua presença. Não me ouviste; por acaso estavas surdo? Havias te deixado levar por outros barulhos, talvez outras vozes mais atraentes. Que pena!, eu precisava somente de tua presença à distância para me iludir, nada além.
Desolada, recolhi-me à costumeira solidão, sem o meu esperado presente. Com as mãos vazias e com a alma escancarada de inverno, olhei os lírios do campo e mais uma vez senti o desejo de ser feliz contigo
A vontade de te ver me deu coragem, acendeu o meu desejo de sair da indiferença costumeira e seguir em tua busca. Ousar, enfim. Na minha imaginação a tua presença me perseguia silenciosa e insistente. Eu sabia que, ao te encontrar, os teus olhos cor de mel iriam me falar desavergonhadamente, dizendo mais coisas do que eu seria capaz de compreender. Certamente, também me diriam: "que bom ter você aqui!".
Pensando num encontro, preparei-me, cuidando dos mínimos detalhes: cobri-me de flores, perfumei os meus cabelos, na frente do espelho me vesti. Fiz poses para foto, um ensaio fotográfico sensual. De repente, uma alegria exagerada me inflamou. Senti percorrer pelo meu corpo uma energia inusitada, sutil e assombrosa a ponto de me causar escalafrios.
A ansiedade não tinha limites. Estava estampada no meu rosto, no brilho do meu olhar, a ponto de ser percebida por aqueles que estavam ao meu redor. O que me movia poderosamente era a vontade de estar contigo envolvida num silêncio esclarecedor, e te sentir ainda que fosse de mentira..
No meio de tanta gente, eu andava de um lado para o outro, impaciente, a te procurar. Queria te ver de qualquer jeito. Onde estavas? Como te encontrar? Com os pensamentos flutuando ao vento, eu implorava por tua presença, te chamando em pensamentos. Minha voz, muda de afeto, implorava: "vem, aqui estou, quero te ver!". Alguma coisa, talvez um rasgo remanescente de esperança, me instigava a não desistir. Você viria, com certeza. Mas, quando?
O tempo se arrastou vagarosamente sem acenar com alguma possibilidade de tua presença. Não me ouviste; por acaso estavas surdo? Havias te deixado levar por outros barulhos, talvez outras vozes mais atraentes. Que pena!, eu precisava somente de tua presença à distância para me iludir, nada além.
Desolada, recolhi-me à costumeira solidão, sem o meu esperado presente. Com as mãos vazias e com a alma escancarada de inverno, olhei os lírios do campo e mais uma vez senti o desejo de ser feliz contigo
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