segunda-feira, 25 de julho de 2011
FARÓIS
Pretos,
azuis,
verdes,
cor de mel.
Claros feito o dia,
escuros como a noite,
encantadores igual ao céu.
Dóceis, acolhedores,
tagarelas, protetores,
desconfiados, penetrantes,
ameaçadores, apaixonantes.
Tímidos, sutis,
embriagados, hipnotizantes,
exibicionistas, enamorados,
intimistas, instigantes.
OLHOS, JANELAS DA ALMA...
LIVRO ABERTO ONDE TUDO SE LÊ,
SEM PALAVRAS.
domingo, 24 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
ONIPRESENTE
No centro do espelho... VOCÊ!
Na água que escorre na pia... VOCÊ!
No vento que lambe a minha pele... VOCÊ!
MEU BEM QUERER.
Se fecho os olhos... VOCÊ!
Nos sonhos que tenho... VOCÊ!
Entretendo a insônia... VOCÊ!
QUE NÃO VEM ME VER.
Em cada rosto, anônimo,
a me fitar na caminhada... VOCÊ!
Nas entrelinhas da vida... VOCÊ!
Na música que acaricia a solidão... VOCÊ!
QUE ME DEIXA SOFRER
QUE ME FAZ VIVER
SEM VOCÊ, MEU BEM QUERER!!!!
terça-feira, 19 de julho de 2011
OFÍCIO
Eu sou costureira:
costureira de palavras.
Faço colchas de retalhos,
retalho de palavras.
Palavras coloridas,
estampadas,
bem floridas.
Palavras enfeitadas,
às vezes também desbotadas.
Palavras de chita,
cetim de palavras,
com elas, vou cosendo sentimentos,
bordando lembranças,
pespontando pensamentos.
Quando menos eu espero
está quase tudo pronto.
Então é chegada a hora
de dar o retoque final:
olho bem, tiro alinhavo,
corto arestas de palavras.
Picoto, aparo, pesponto,
com zelo, firme, arremato.
Cuido também do avesso,
quando vejo está pronto.
domingo, 17 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
ANTOLOGIA DE LEMBRANÇAS
Fui uma adolescente introvertida e reservada. A minha timidez excessiva era desinibida, adorava se mostrar, antes mesmo que eu chegasse lá estava ela, na maior receptividade, fazendo festa aos que não me eram familiar. Me esconder parecia inevitável cada vez que apareciam em minha casa pessoas estranhas ao meu convívio. Era um sufoco inominável a me esfriar pés, mãos e sacudir meu coração.
Na tentativa de escapar dessas situações embaraçosas, elegi meu quarto para ser o meu esconderijo; era para lá que eu corria quando me sentia ameaçada. Melhor, fiz dele o meu refúgio, o paraíso particular onde eu gostava de ficar em silêncio, sozinha, ilhada no barulho da imaginação e protegida pelas muralhas dos castelos que erguia. Viver na minha reserva de fantasias permitiu ser expert em criar histórias miraculosas, tramas mirabolantes, enredos carregados de aventura que, aposto, ganhariam o oscar em criatividade surreal.
Depois de experimentar algumas fugas, tornei-me viajante recorrente pelo vale dos sonhos e sobrevivi. As sensações provocadas pelas viagens dessa época são tatuagens desenhadas, para sempre, em mim.
Foi nesse templo de emoções fascinantes que tive a oportunidade de conversar com Chapeuzinho Vermelho. Ela me disse para eu ter cuidado com o lobo mau. Ai que susto!, jamais pude esquecer desse conselho e me previno até hoje. Acompanhei Joãozinho e Mariazinha perdidos na floresta, senti medo e chorei com eles. Sosseguei somente quando a bruxa foi queimada e eles voltaram sãos e salvos para a casa dos pais.Vi Rapunzel jogar as tranças e uma história de amor ser tecida à revelia das intenções da bruxa malvada. Eu, até então, nem desconfiava que houvesse bruxas (também nada sabia acerca de histórias de amor). Foi um escândalo!, eu me negava a acreditar em bruxas, mas decidi prestar mais atenção. Fugi de Barba Azul temendo ser tomada por ele para ser mais uma esposa; graças a Deus escapei, por pouco. Acompanhei D. Quixote em suas andanças, me diverti com as lutas imaginárias travadas por ele e me senti Dulcinéia, a amada que escolheu para reverenciar. Aprendi a jogar o "jogo do contente" com Poliana (jogo-o até hoje) e a subtrair alguma coisa boa das situações desagradáveis. Escondi-me da guerra de Tróia (nossa, que sufoco!), sem compreender os motivos de Helena, porém vibrei quando ela foi resgatada por Menelau. Marquei um encontro com Zeus, visitei o Olimpo e me encantei com a façanha de outros deuses e deusas que encontrei lá. Fui testemunha da injustiça cometida a José do Egito; quis ajudá-lo mas não tive meios. Um susto estupendo me fez perder a fala quando me deparei com o retrato de Dorian Gray. A traição de Madame Bovary robou-me o sono e a maldade de Dom Casmurro me tornou cautelosa, e me deixou com olhos de ressaca, ao vê-lo difamar Capitu. Depois de alguns bate- papos demorados com Érico Veríssimo, olhei os lírios do campos e me encantei. Foi tão enigmático que cheguei a ouvir música ao longe até ser surpreendida por Clarissa, com quem firmei uma amizade sincera. Um dia, me deparei com um profeta e não pude entender porque "nossos filhos não são nossos." Se eu não era do meu pai e de minha mãe, de quem eu era, então? Sem resposta para essa pergunta, mergulhei no universo da poesia: me banhei no lirismo de Cecília Meireles: perguntei-me, muitas vezes, se era "isto ou aquilo" mas continuava confusa, sem resposta. Acalmei minha timidez esperando que alguém viesse comigo, me adivinhasse e me descobrisse. Nada... Compartilhei do fanatismo de Florbela ao sentir na pele que alguém pode ser para nós não somente uma razão para viver mas a própria vida. Virei fanática e me queimei no incêndio do amor enquanto fogo que arde sem se ver. Tudo culpa de Camões. Conversei com Fernando Pessoa - nesse momento compreendi o que significava amor à primeira vista -, ele me segredou que tinha nele todos os sonhos do mundo"; reparei em mim: eu também os tinha. Nas tardes mais frias, quando meus olhos sabedores de aventura se cansavam, eu convidava Vinícius de Morais ou Drummond para me fazer companhia; sentia-me à vontade. Com eles eu tinha conversas intermináveis, a ponto de adormecer. Quando acordava não os encontrava mais, entretanto me sentia confortavelmente bem acompanhada. Nos meus momentos de incertezas e incompreensões, era costumeiro desabafar com Cecília Meireles. Dela, eu sabia, havia um ombro amigo para me apoiar. Pelo jeito, entendia muito bem da confusão do mundo. Enveredar em versos de poesia e me perder neles era uma saudade que me dava alegria sentir. Até hoje.
Foi vivendo todas essas aventuras que aprendi a sonhar, a duvidar, a fazer perguntas, a não concordar com tudo e, principalmente a voar. E, de voo em voo, descobri a ousadia de ser livre e viver essa liberdade com o propósito de ir cada vez mais longe e mais alto.
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Fui uma adolescente introvertida e reservada. A minha timidez excessiva era desinibida, adorava se mostrar, antes mesmo que eu chegasse lá estava ela, na maior receptividade, fazendo festa aos que não me eram familiar. Me esconder parecia inevitável cada vez que apareciam em minha casa pessoas estranhas ao meu convívio. Era um sufoco inominável a me esfriar pés, mãos e sacudir meu coração.
Na tentativa de escapar dessas situações embaraçosas, elegi meu quarto para ser o meu esconderijo; era para lá que eu corria quando me sentia ameaçada. Melhor, fiz dele o meu refúgio, o paraíso particular onde eu gostava de ficar em silêncio, sozinha, ilhada no barulho da imaginação e protegida pelas muralhas dos castelos que erguia. Viver na minha reserva de fantasias permitiu ser expert em criar histórias miraculosas, tramas mirabolantes, enredos carregados de aventura que, aposto, ganhariam o oscar em criatividade surreal.
Depois de experimentar algumas fugas, tornei-me viajante recorrente pelo vale dos sonhos e sobrevivi. As sensações provocadas pelas viagens dessa época são tatuagens desenhadas, para sempre, em mim.
Foi nesse templo de emoções fascinantes que tive a oportunidade de conversar com Chapeuzinho Vermelho. Ela me disse para eu ter cuidado com o lobo mau. Ai que susto!, jamais pude esquecer desse conselho e me previno até hoje. Acompanhei Joãozinho e Mariazinha perdidos na floresta, senti medo e chorei com eles. Sosseguei somente quando a bruxa foi queimada e eles voltaram sãos e salvos para a casa dos pais.Vi Rapunzel jogar as tranças e uma história de amor ser tecida à revelia das intenções da bruxa malvada. Eu, até então, nem desconfiava que houvesse bruxas (também nada sabia acerca de histórias de amor). Foi um escândalo!, eu me negava a acreditar em bruxas, mas decidi prestar mais atenção. Fugi de Barba Azul temendo ser tomada por ele para ser mais uma esposa; graças a Deus escapei, por pouco. Acompanhei D. Quixote em suas andanças, me diverti com as lutas imaginárias travadas por ele e me senti Dulcinéia, a amada que escolheu para reverenciar. Aprendi a jogar o "jogo do contente" com Poliana (jogo-o até hoje) e a subtrair alguma coisa boa das situações desagradáveis. Escondi-me da guerra de Tróia (nossa, que sufoco!), sem compreender os motivos de Helena, porém vibrei quando ela foi resgatada por Menelau. Marquei um encontro com Zeus, visitei o Olimpo e me encantei com a façanha de outros deuses e deusas que encontrei lá. Fui testemunha da injustiça cometida a José do Egito; quis ajudá-lo mas não tive meios. Um susto estupendo me fez perder a fala quando me deparei com o retrato de Dorian Gray. A traição de Madame Bovary robou-me o sono e a maldade de Dom Casmurro me tornou cautelosa, e me deixou com olhos de ressaca, ao vê-lo difamar Capitu. Depois de alguns bate- papos demorados com Érico Veríssimo, olhei os lírios do campos e me encantei. Foi tão enigmático que cheguei a ouvir música ao longe até ser surpreendida por Clarissa, com quem firmei uma amizade sincera. Um dia, me deparei com um profeta e não pude entender porque "nossos filhos não são nossos." Se eu não era do meu pai e de minha mãe, de quem eu era, então? Sem resposta para essa pergunta, mergulhei no universo da poesia: me banhei no lirismo de Cecília Meireles: perguntei-me, muitas vezes, se era "isto ou aquilo" mas continuava confusa, sem resposta. Acalmei minha timidez esperando que alguém viesse comigo, me adivinhasse e me descobrisse. Nada... Compartilhei do fanatismo de Florbela ao sentir na pele que alguém pode ser para nós não somente uma razão para viver mas a própria vida. Virei fanática e me queimei no incêndio do amor enquanto fogo que arde sem se ver. Tudo culpa de Camões. Conversei com Fernando Pessoa - nesse momento compreendi o que significava amor à primeira vista -, ele me segredou que tinha nele todos os sonhos do mundo"; reparei em mim: eu também os tinha. Nas tardes mais frias, quando meus olhos sabedores de aventura se cansavam, eu convidava Vinícius de Morais ou Drummond para me fazer companhia; sentia-me à vontade. Com eles eu tinha conversas intermináveis, a ponto de adormecer. Quando acordava não os encontrava mais, entretanto me sentia confortavelmente bem acompanhada. Nos meus momentos de incertezas e incompreensões, era costumeiro desabafar com Cecília Meireles. Dela, eu sabia, havia um ombro amigo para me apoiar. Pelo jeito, entendia muito bem da confusão do mundo. Enveredar em versos de poesia e me perder neles era uma saudade que me dava alegria sentir. Até hoje.
Foi vivendo todas essas aventuras que aprendi a sonhar, a duvidar, a fazer perguntas, a não concordar com tudo e, principalmente a voar. E, de voo em voo, descobri a ousadia de ser livre e viver essa liberdade com o propósito de ir cada vez mais longe e mais alto.
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sexta-feira, 8 de julho de 2011
Mas... não se esqueça... SONHE!!!!!
(Shakespeare)
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas... só as de verão. Mas, no fundo, isso não tem muita importância. O que interessa mesmo não são as noites em si, mas os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares e épocas do ano, dormindo ou acordado."
quinta-feira, 7 de julho de 2011
O PERFIL DAS PALAVRAS
As palavras são fantasmas andarilhos que se escondem na morada do mistério; talvez seja um castelo medieval, ou, quem sabe, a torre de Babel; seja lá onde for, moram onde ninguém escava. Apesar disso, estão por aí, em toda parte, despudoradas mostram a cara, sem nenhum constrangimento. Adoram ganhar a vida correndo de boca em boca, sem nenhum cansaço. Há momentos que, num passe de mágica, como flores silvestres, brotam das mãos, enfeitiçam olhares, provocam sentimentos de alegria ou de amargura e para variar o cotidiano rotineiro, posam como borboleta em flor, sutilmente cristalizando-se num sopro de eternidade.
Se demorarmos nosso olhar um pouquinho que seja no perfil delas, descobriremos detalhes sutis que só podem ser fotografados por olhos curiosos e astutos. Inspirada nessa ideia, me fiz detetive e me debrucei na tarefa de espioná-las. O resultado me deixou boquiaberta.
A palavra AMOR, por exemplo, tem atitude de firmeza. É bela, cheirosa, bem cuidada, tem pele de avelã e o frescor das manhãs de primavera. É serena, tolerante, vive de bem com a vida. É sempre bem recebida aonde quer que vá, e, antes mesmo de ser anunciada, já há uma preparação festiva para a sua chegada. Sua fama corre o mundo e cativante como é, todos gostariam de tê-la por perto. Há quem chore sua ausência enquanto outros carregam uma tal felicidade por abraçá-la. Não precisa de amarras quando quer permanecer, e, quando vai embora, sai à francesa. Sentimental, economiza nas palavras, mas,se as diz, pauta-se na doçura e na verdade. Adora intermediar a conversa dos poetas.
A palavra PAIXÃO é arrebatadora, impulsiva. Tem no olhar o brilho das estrelas. Imprime um ar de bobagem e acende fogos de artifícios em quem toca. Lucidez não é qualidade que se aplique a ela pois há quem assegure que é uma desvairada. Apesar de apresentar mãos suadas, pés frios e coração fora do ritmo, os médicos garantem que tem uma saúde de ferro. Sabe ser traiçoeira como ninguém: quando ataca, domina, hipnotiza, tira a fome de sua presa. Chega, se apodera do que vê pela frente, sem pedir licença. Quase sempre deixa uma sensação de vazio e um rastro de decepção e lágrimas quando se vai. É tão envolvente e encantadora que vicia. Muitos a conhecem e a desejam por toda a vida.
A palavra INSUPORTÁVEL ostenta sobrepeso. Vive de mau humor, tem pavio curto e jamais é cortês no trato com os outros. O odor desagradável que exala em todo o corpo(dizem que passa dias sem tomar banho) lhe é uma característica peculiar. É estúpida, mau-caráter e fofoqueira; por tudo isso, é constantemente rejeitada, todos a olham enviesado e movem montanhas para ficar à distância dela.
O palavra ÓDIO foi criada em laboratório, por um cientista psicopata, aficionado em ficção científica, que costurou restos de sentimentos mesquinhos, desprezados no lixo. Para dar-lhe vida, soprou-lhe nas narinas as lavas de um vulcão em erupção e alimentou-lhe de veneno logo na primeira mamadeira. O resultado da criação foi tão assustadora que, por isso, ela escolheu viver numa masmorra e dormir às escuras. Nunca foi identificada uma qualidade boa, sequer, nela. Já foi chamada de horrenda, nefasta e inescrupulosa. Vive isolada, é antissocial, e de poucas palavras mas não tem pudor quando decide mostrar a cara. É uma exímia mulher-bomba, assustadora, carrega um punhal no brilho dos olhos. Sua aparência horripilante sugere terror. Ímpar na capacidade de destruição, provoca estragos irreparáveis; arquiteta na surdina, esperando o momento certo para dar o bote. Seu animal de estimação é uma serpente.
A palavra AMIZADE é extrovertida, animada, compreensiva e simpática. Sociável e bem relacionada , encontra portas abertas e comitê de recepção cada vez que se aproxima. É extremamente serena, sabe apoiar, tem as palavras adequadas para confortar e é presença cativa nos momentos de dificuldades. Foi presenteada com o dom de dar sumiço à solidão e o faz com propriedade. Não tem registro em nenhum conselho de medicina mas se aventura (sem medo de errar) em oferecer remédio para almas aflitas e corações partidos. Tem um jeito delicado de mostrar falhas e é a primeira a apontar as virtudes. Alegra-se com as vitórias alheias, torce junto e dar aquela ajudinha especial mesmo sem ser solicitada, quando há necessidade. Perto dela se tem à disposição um porto seguro. Por onde passa deixa rastros de saudade, e, nas despedidas, rios de lágrimas. Dizem as más línguas que faz par romântico com o amor. Pura maldade! Apenas mantém laços estreitos com ele, chegando, inclusive, a lhe tomar emprestado as asas, só para experimentar a sensação de voar mais alto.
Para finalizar, deixo a palavra HORTÊNCIA, para que você, caro leitor, trace o perfil.
BEIJOS
quarta-feira, 6 de julho de 2011
FELICIDADE - Fernando Pessoa
Não se acostume com o que não o faz feliz
Revolte-se quando julgar necessário
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente
Se estiver tudo certo, continue
Se sentir saudade, mate-a
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Não se acostume com o que não o faz feliz
Revolte-se quando julgar necessário
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente
Se estiver tudo certo, continue
Se sentir saudade, mate-a
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Para refletir (do livro O Pequeno Príncipe)
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos"
"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar".
"Se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única também..."
"A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!"
"É triste esquecer um amigo"
"Nunca estamos contentes onde estamos"
"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz"
"Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante"
"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim... e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles procuram poderia ser encontrado numa só rosa..."
"É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar""
"É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar aos outros. Se conseguires fazer um bom julgamento de ti, és um sábio"
"Para os vaidosos os outros homens são seus admiradores. Os vaidosos só ouvem os elogios"
"As estrelas são todas iluminadas... Será que elas brilham para que cada um possa encontrar a sua?"
"Os homens embarcam nos trens, mas já não sabem mais o que procuram. Então eles se agitam, sem saber para onde ir"
"Entre os homens a gente também se sente só"
"As pessoas grandes adoram números"
"Só as crianças sabem o que procuram"
"Deveria tê-la julgado por seus atos, não por suas palavras"
"É tão misterioso o país das lágrimas"
"As estrelas são todas iluminadas... será que elas brilham para que cada um possa um dia encontrar a sua?"
terça-feira, 5 de julho de 2011
VERSO E REVERSO
Uma tristeza crepuscular dá voos rasantes querendo me atingir. Prefiro ignorá-la e debruço meu olhar de compreensão na direção de agradáveis sensações que me fazem cócegas. Nada entendo, apesar do esforço. O rebuliço e a desorganização no mundo das ideias se encarregam da festa, e eu me empenho num bate-papo tranquilo com os comigos de mim. Vagueio. Surpreendo-me num céu claro, de dia de verão; a princípio, a rota adiante é límpida, sem obstáculos, porém indescritivelmente perigosa.
Sou comandante desse voo. Arrisco-me, faço manobras radicais, voo alto... mais alto. Atrevo-me. Sonho. Toco estrelas, visito paraísos desertos, vivo emoções impactantes. Saboreio sensações encantadoras. Envolvo-me. Percebo-me perdida e encontro-me em mim, primeiro distante, estranha, (des)conhecida. Depois, indiferente e irreconhecível. Quem será mesmo "aquela"? E "essa", quem é? Silêncio... Deserto...Quietude. Devagarinho, com a sutileza de um amante apaixonado, a-con-chego-me. Apaixono-me. Espanto-me com o colorido da roupa que veste o meu avesso. Sorrio e me envolvo.
A ausência de mim permitiu-me uma saudade e um retorno numa viagem ousada para juntar pedaços. Sinto-me inteira, acariciada pelo afeto, experimentando uma alegria pueril e a certeza de novas aventuras ao encontro de mim mesma.
Proposta indecente (15/11/00)
Eu te namoro com o meu olhar
Tiro tua roupa e te devoro em pensamentos
De súbito, num instante
Nós dois a sós, fazendo amor
Quanta loucura! (me entrego inteira)
Vivo a paixão intensamente
De brincadeira, nós dois na areia
Entrelaçados, fazendo amor...
Vais resistir?
Olha pra mim
Sente comigo
Meu olhar diz
Fica ao meu lado
Te dou carinho
Te faço afago
Serás feliz
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Assim falava Saramago:
"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos"
"Cada dia traz sua alegria e sua pena, e também sua lição proveitosa"
Assim falava Fernando Pessoa:
"Amo como ama o amor; não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
"Há um tempo que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-lo, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Assim falava Clarice Lispector:
"A palavra é o meu domínio sobre o mundo"
"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
"Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito."
Assim falava Oscar Wilde:
"Viver é a coisa mais rara do mundo. As pessoas simplesmente existem."
"A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre."
"Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal."
SEM ROMEU
Fostes
Faz tão pouco tempo!
Somente um dia
Só um dia só
Mas tua ausência
Arde nos olhos
Adula a saudade
Chega a maltratar
Sem tua presença
Minhas mãos reclamam
Sonâmbulas, sozinhas
Querem sucumbir
A alma reclama
O desejo chama
A boca padece
Saudades de ti
Os dias se arrastam
Tristonhos, com manha
Manhãs invernosas
Sedentas de ti
De noite, na cama
Lamento com a lua
Escuto o vento
Só pra disfarçar
A pele reclama
O corpo se inflama
A tua presença
Vem me enfeitiçar
PREVISÃO
Meu olhar seminu
brinca no teu corpo
Olhar ardente
Malemolente
Olhar carente
Fera no cio
Olhar vadio
Abraça, arranha
Com artimanha
Faz cafuné
Acaricia
Morde, desliza
Guarda em segredo
Bem que se quer
Olhar febril
Lambe, escorrega
Apaixonado
Exala odor
Olhar cobiça
Embriagado
Esconde, astuto
Coisas de amor
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